POESÍA ERÓTICA DO
“SIGLO DE ORO” - II
JARDIM DE POESIAS ERÓTICAS DO “SIGLO DE ORO”. Seleção, tradução, introdução e notas José Bento. Lisboa: Assírio & Alvim, 1997. 133 p. 14,5X20,5 cm. Edição bilíngue Español – Português. Ex. bibl. Antonio Miranda
SEGUILLAS QUE SE CANTAM COMO “HÁGAME UNA VALONA
I — Al passar del Arroyo...
Al pasar del Arroyo
del alamillo,
las memorias del alma
se me han perdido.
Al pasar del Arroyo,
caí de nalgas,
y soltósem um pedo
para tus barbas.
Al pasar del Arroyo
del alamillo,,
apretando las piernas,
se me fue el virgo.
Al pasar del arroyo,
le vi las piernas.
¡Ah hi de pucha, bellaca,
qué blancas que eran!
I — Ao passar o regato...
Ao passar o regato
do álamo fino,
as lembranças da alma
logo perdi.
Ao passar o regato,
caí de nalgas,
e soltou-se-me um peido
pràs tuas barbas.
Ao passar o regato
do álamo fino,
ao apertar as pernas,
foi-se-me o virgo.
Ao passar o regato,
eu vi-lhe as pernas
Filha da curta, triste,
que brancas eram!
II. — Al entrar en la iglesia...
Al entrar en la iglesia
de san Francisco,
un bellaco de un fraile
me dio un pellizco.
Al entrar en la iglesia,
dije: “¡Aleluya,
sacristan de mi alma,
toda soy tuya!”
II. — Al entrar en la iglesia...
Ao entrar na igreja
de S. Francisco,
um velhaco de um frade
deu-me um belisco.
Ao entrar na igreja
disse: “Aleluia,
sacristão da minha alma,
sou toda tua!
III. — La venta
En llegando a la venta,
dije al ventero
que me diese uma moza
por dinero.
Y el ventero responde,
casi enojado:
“Tome moza y cama
por un ducado”.
Respondí: “Bueno es eso
— algo corrido —,
que en Madrid las como esas
van a cuartillo.
— Bellaco, ladronazo,
no cae en la cuenta;
que en Madrid todo sobra
y aqui es venta.
— No repare en eso,
muéstrelas acá,
que, chicas com grandes,
se las pago a real.
—¡Voto a tal! que no puedo,
que un fraile estuvo
en la venta, y peores
las pago a escudo.
— Sin duda que el failazo
no era muy carnal;
yo pondré que las come
sin grando de sal.
III. — A tenda
Ao chegar à tenda,
disse ao tendeiro
que me desse uma moça
por meu dinheiro.
E o tendeiro responde,
quase zangado:
“Terá moça e cama
por um ducado”.
Respondi: — Isso é bom
— envergonhado —,
que em Madri as coisas essas
são a cruzado.”
—“Velhaco, ratoneiro,
não tem emenda:
que em Madri tudo sobra
e aqui é tenda.”
— “Não repare lá nisso,
e mostre-as cá,
que, pequenas com grandes
pago-as a real.”
— “Abrenúncio!, não posso
que um frade escuro
esteve aqui e piores
pagou a cascudo.
— “Por certo que o fradão
não era sensual;
suspeito que as come
sem grão de sal.
IV. — No me case mi madre...
No me case mi madre
con estudiante,
porque es corto de bolsa,
largo de talle.
No me case mi madre
con hombre chico,
que le levo delante
por abanico,
No me case mi madre
com hombre grande,
que me sube em el poyo
para besarme.
No me case mi madre
con hombre gordo,
que, em entrando en la cama,
güele a mondongo.
IV. — No me case mi madre...
Minha mãe, não me case
com um estudante,
porque é curto de bolsa,
no corpo é grande.
Minha mãe, não me case
com homem débil,
pois levo-o adiante
como meu leque.
Minha mãe, não me case
com homem grande
que me põe sobre um banco
para beijar-me.
Minha mãe, não me case
com homem gordo,
que, ao entrar na cama,
cheira a mondongo.
V. — Sueltas
Ya no suben al cielo,
madre, los virgos:
como mueren pequenos,
se van al limbo.
No me llegue al manto,
que me destoca,
que me tiene mi madre
para ser monja.
Veinte y dos años tengo,
madre, casarme,
que me duelen los dedos
de tanto hurgarme.
De tu cama a la mía
passa um barquillo:
aventúrate y passa,
moreno mío.
No me dé tanto gusto,
que daré vocês,
y sabran en la calle
cómo me pone.
V. — Soltas
Já não sobem ao céu,
ó mãe, os virgos:
como morrem pequenos,
vão para o limbo.
Não me chegue ao manto,
que me destouca,
que minha mãe me guarda
para ser monja.
Vinte e dois anos tenho
mãe, é casar-me,
que me doem os dedos
de esgr’avatar-me.
De tua cama à minha
passa um barquinho:
aventura-te e passa,
meu moreninho.
Não me dê tanto gozo,
que gritos dou,
e saberão na rua
como me põe.
Página publicada em julho de 2016
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